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  • Foto do escritorLigia Estanqueiros

Em busca da felicidade plena e imediata.

A pressa e exigência por ser feliz.



Outro dia, vi a seguinte frase, na página Prosa de Cona, “Graças a Deus, não somos o que éramos ontem” e me fez pensar no mal-estar atual, bastante presente na clínica contemporânea.

Há um incômodo que nos envolve, que situa-se predominantemente na exigência de um suposto prazer imediato, imperativo. Freud no artigo mal-estar da civilização (1930), já havia na época chamado a atenção para essa busca incessante de felicidade plena ao escrever: “O programa de tornar-se feliz, que o princípio do prazer nos impõe, não pode ser realizado plenamente.”

Com isso, hoje as medicações se tornam algo mágico que faz desaparecer os sintomas rapidamente, as drogas licitas e ilícitas passam a ganhar lugar ao céu ao anestesiar o sujeito que sofre. Para que pensar e se olhar, se tem formas mais rápidas da angustia passar? No entanto o que vemos é que o sofrimento não passa. O sujeito está desesperado, em busca de receitas de bolo prontas para aliviar o incomodo. As terapias que prometem alivio imediato ganham cada vez mais seguidores frustrados e tem-se a ilusão de que dormindo e fazendo compras (o imperativo do consumo) tudo vai se resolver. Todos querem mudar, e querem que as mudanças aconteçam na velocidade da luz.

O que muitos não sabem é que as mudanças podem existir, no tempo do sujeito, na medida que este se questiona, se olha, se implica no seu sintoma e sofrimento. Essas promessas de alívio imediato externo caem por terra, na medida em que a angustia não é aplacada. O sujeito que sofre precisa parar para pensar nas suas inquietações.

Dessa forma, as respostas para a felicidade não estão fora, nas receitas de bolo, nos medicamentos e drogas, mas sim dentro do mundo interno do sujeito e do seu inconsciente. É ilusão pensar que esta é plena, e imediata como em um sonho, onde o sonhador acorda aliviado.

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